Drew Barrymore, por Ellen von Unwerth
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Nem o direito a não querer mudar de vida a gente tem. Quantas mulheres já tentaram, persistiram e, quantas, meu Deus, fracassaram? Estas histórias, as revistas não mostram. Ou seja, essas drogas de revistas não servem nem pra nos colocar no nosso lugar. Elas deviam dizer: “Você, querida gorducha, se toca e desiste. Vá se matar de comer doce que ganha mais”. Não, nada disso. Mostram aquelas magras filhas da mãe, que perderam milhões de quilos tomando sopa, mais dezenas de celulites em roupas plásticas e outro monte de gordura na privada, metendo o dedo na goela.
Sempre fiz de tudo para me dar bem acreditando e vendo o que as pessoas são além da aparência. Menosprezo ninguém merece! O desgraçado do meu marido chega toda semana com uma dessas porcarias de revista, repleta de dicas e receitas, para eu emagrecer. Não posso ser assim? Ameaçou até sair de casa e disse que eu preciso me cuidar mais e me valorizar. Será que eu não posso, pura e simplesmente, dar mais importância a meu cérebro do que a essa droga de barriga retíssima?
Agora, vem cá. Como é que eu, com essa idade, vou jogar um casamento de tantos anos fora? Não teve jeito. Faz uma semana que estou correndo lá na quadra do prédio. E, o pior de tudo, meu Deus, são aquelas crianças brincando, correndo atrás de mim, cheias de gracinhas, elas quase me fazem tropeçar. Juro que, se eu cair, derrubo uma delas e ainda rolo por cima. Vai até ficar grudada no chão, a peste. Sem mencionar os cachorros latindo, felizes da vida, como se eu estivesse ali só para brincar com eles. Quero morrer!
Arquitetei um plano para provar àquele traste como essas revistas são mentirosas e manipuladoras. Todos os dias, depois da minha corrida diária, tomo banho calmamente e me sento tranqüila em meu sofá diante da TV. Desenterro todos os meus filmes de romance antigos. Estou aproveitando para rever todos eles. Hoje, pela vigésima vez, assisti “Tarde demais para esquecer”. Isso me dá tanto apetite emocional que devoro todos os doces, chocolates e sorvetes que meu bom salário me permite comprar. Bom salário, aliás, conseguido por conta do meu cérebro, e não da minha bunda!
Já engordei sete quilos em quase um mês.
Vamos ver quem ganha: eu ou a droga da Boa Forma!
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Samantha Abreu
Sinceramente prefiro assistir ao filme a pensar na tal da dieta da revista boa forma. Tenho mais o que pensar e fazer que dietas. Além do mais, quantas magras são felizes? Eu não tenho nada (absolutamente nada) contra as magrinhas, mas prefiro não sofrer por causa de uma taça de sorvete ou de uma panela de brigadeiro.
Aaacho que essa disputa já está ganha…
óóótimo o texto!, com sempre…
;P
Sam, mas vamo combiná que nada como um bom cérebro acompanhado por uma boa bunda, han?
Raro raro, mas bom bom!
hahahahahahahaha
E essas revistinhas infames são insuportáveis e nem mencionam no editorial o nome do especialista em Photoshop!
Puura ficção, râni. Só prestam no salão.
beijos mís
Jingle Bells pra vc!
Adorei a crítica ácida e pertinente! Apoiada!!!!!
Bjos, linda!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Por Deus, mas eu queria mesmo emagrecer, sim, escrava da midia!
Beijos
Pobre do homem que não sabe reconhecer o valor artístico-renascentista de uma gordinha.
E anos mais tarde, veio Freud falar de fixação oral. Ai, que coisa. São as que melhor chupam. Se lambuzam, engolem, esfregam o pau no rosto. O homem se sente um bolo raro da delicatessem mais cara.
E a bunda. Todo aquele espaço para as mãos dançarem um tango inteiro. E as tetas ? O que dizer daquelas tetas ! Sublimes enormidades. E depois, recatadas e safadas, se cobrem com o lençol como se a pedir desculpas. Vc tira o lençol, diz “vc é linda” e bate polaroids e mais polaroids da moça. Até a terceira, quarta foto, elas se inibem, mas logo estão soberbas, mostrando, sorrindo, camélias.
E que delícia jantar com uma dessas. Não dispensam a “couvert”, comem tudo, se sentem felizes, o humor é genial, o opsto daquelas anoréticas que se embebedam de água Perrier, sem saber que a mesma água é colhida da imundice globolizada do Sena e apenas “purificada” por máquinas, computadores, curvas geométricas de pureza.
E o que dizer dos seus abraços protetores, dentro delas estamos no útero, somos os personagens centrais de Bagdá Café.
Dispenso uma magrinha gostosinha de cabeça vazia? Como antes. Mas dispenso. Risada e lambança é com nossa heroína aqui.
beijos, Sa.
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PAULOOOO
isso sim é homem que sabe das coisas!
ahahaha
;D
beijos, meu queridíssimo!
Ah, delicioso Sá! me dá um desses docinhos aí!
Beijos
Sa! Muito bom…e o pior é que tem homem que diz que prefere mulheres inteligentes as que só tem corpo,ha!
Receita de Boa Forma só funciona em revista mesmo,e uma mulher gorda pode ficar magra rapidinho com persistência,mas uma mulher em boa forma jamais ficará inteligente rapidinho,ela precisará muito mais que alguns meses para isto…e viva a forma como cada um se sente bem!E não a forma imposta pela sociedade vazia,que insiste em nos empurrar goela abaixo tanta mediocrácia.
Beijooos!
Pra cada revista que esse cara traz, ela deveria dar uma boneca Barbie em troca.
Uma hora ele iria cansar de olhar pra tanta mulher igual.
Oieee passava pelo orkut do Marcus e vi o endereço do seu blog, vim conhecer. Gostei muito daqui. acho que sou deste tipo, que quanto mais mexe pior fica huahuahua
Beijos querida!
Este espaço eu não conhecia, bem bacana Samantha, me visualizei perfeitmente neste post, vc retratou bem a minha raiva e de muitas outras, não pódemos nos rebelar contra a nossa natureza.
Beijos e flores!!
Adorei. Massa.
Samantha,
Você é foda, boa demais! Seu “marido” não sabe o que está perdendo. “Ele” é um babaca!
Beijos
Viva o brigadeiro de panela! E que se fodam as neuróticas magrelas!
muito boa, samantha!
ah, e parabéns pelo pr~emio! (fiquei sabendo um pouco depois)
você merece.
bjo
Minha opinião: não dá nem pra ter tesão se a mulher não tiver um pingo de inteligência nos miolos. Tem uns corpinhos aí que, falo, de tão ocos de essência, a mim parecem apenas modelos de manequins.
Beijo,
Calebe
Querida Sam, como o Super-homem, a.k.a. Clark Kent, você também tem outra vida diferente daquela dos Versos de Falópio.
Muito boa a sua crônica, leve e divertida. E aqui entre nós, as meninas do Falópio de uns tempos para cá, andam carregando nas tintas, escrevem com tinta de sangue de dragão, produzindo textos com antrax. Bem faz você, que vem relaxar por aqui.
Voltarei para ler mais. A propósito, não ligue para o que estas revistas femininas, controladas por mulheres esqueléticas, publicam. Elas desconhecem a tesão por neurônios.
Beijos, e feliz 2008.
Samantha, você é muito boa. NUsssaaaa!
Beijos
É uma disputa desleal, né?
Texto genial, Samantha, pra variar.
Sá
Estou fazendo uma campanha pra salvar o “Idéia de Jerico”… Ajudem o meu blog… snif snif… com o Projeto Macabéa não consigo postar nos blogs amigos… e todos me abandoram… sniiiiiiiiiiiiiiiiiiiif
Faça a caridade do dia…
Jerico
http://www.ideiadejerico.com
Samantha, imagino que não curtas essas bloguices, mas eu recebi um prêmio e eu tinha que te indicar pra ele tbm. Vai lá nos Fragmentos só pra ver, tá?
🙂
Putaquepariu!!
Muito bom, Sá.
Aliás, duvido que alguma mulher não sorriu ao ler o comentário do Paulo Castro! haha
Que se foda as pernas lisas de Photoshop e os homens que gostam de bonecas infláveis ao lado, ao invés de mulheres de verdade.
Parabéns!
beijos
Adorei.
Poxaaaa, que bom ler isso.
Mesmo.
MESMO!
Samantha de Deus, não faça isso! Concordo em tudo o que disse sobre bundas e cérebro – aliás, muito bom, isso que escreveu. Mas não caberia para a Bebel – mas a questão do engordar não tem a ver só com a estética, mas é uma questão de saúde. Os gordinhos são mais propensos a doenças respiratórias, cadiovasculares, pressão alta, infartos…
Agora, tô dizendo isso porque não sei se você é fortinha ou muito fortinha (eufemismo básico), porque se a sua é a primeira opção ou menos que isso, dane-se o marido. E por acaso, ele é um saradão ao ponto de poder falar isso de ti?
Ah, e tome cuidado com uma coisa: infelizmente, nós homens somos idiotas. E dependendo do seu tamanho e do tamanho da bunda da outra, a segunda vira um Einstein.
Beijocas!
ossos do orifício
Não se preocupe se seu corpo não está agora na vitrine do “ideal”, possivelmente na próxima estação estará. Modele seu caráter, seu humor e veja como isso sempre fará com que você fique no auge da moda, pois a beleza interna é a única que não sai de moda.